sábado, 27 de junho de 2009

A Igreja Quitanda e a Igreja Hipermercado.

A Igreja quitanda e a Igreja Hipermercado.
Hoje nossa sociedade passa por constantes mudanças, mudanças estas rápidas. Estas mudanças são a conseqüência de termos uma sociedade com tantos confortos, porém tão deprimida, pois apesar de todo este conforto há uma mudança continua e rápida. É sabido pela maioria dos estudiosos do comportamento, psicólogos, psicanalistas e psiquiatras que a mudança causa temor, preocupação e insegurança. E é este o motivo de termos uma sociedade cada vez mais doente emocionalmente; pessoas insatisfeitas que apesar de terem tudo o que queriam parece que lhes falta algo. Pessoas que vivem a criar metas para si e quando as alcançam se sentem frustradas, pois parece que não era aquilo que queriam, sentem que falta algo...
Esta mudança do comportamento do consumo também tem afetado as igrejas, digo igrejas como instituição e não a Igreja como Noiva do cordeiro. Pois vemos que as Igrejas quando instituição tem acompanhado a evolução comercial, pois o comercio antigamente girava em torno da quitanda, ou a chamada venda em alguns dialetos brasileiros. A quitanda era o lugar onde você não ia única e exclusivamente para comprar, mas ia para conversar, ter um contato com o dono que era seu conhecido, este por sua vez perguntava da família; como estavam os filhos, os estudos, a roça o parente que foi para outra cidade e ai por diante. Este comércio girava em torno da confiança, pois o dono vendia marcava em um caderneta que era acertada no final do mês, ele não usava estratégia de marketing, pois tinham seus clientes cativos e este também não procuravam ir em outro lugar pois já estavam acostumados ali onde havia confiança e amizade. Se ele por acaso deixasse de ir ao comercio por algum tempo o comerciante já lhe mandava “lembranças” por algum parente seu para reafirma sua amizade. Porém isto mudou hoje já não se vê muitas quitandas, estamos na era dos hipermercados, onde tudo é formal, ao contrário da quitanda, esta instituição visa somente o lucro ela não esta preocupada com sua família e onde você arrumou o dinheiro, você dificilmente conhecerá o dono pois estes empreendimento são administrados por inúmeros gerentes. Este estabelecimento só se preocupa com o lucro, quer atacar a concorrência. Ele jamais estará preocupado com você como esta sua família e etc.
Enquanto que na quitanda você iria busca o básico para sua existência, no hipermercado na maioria das vezes a ênfase esta no consumo do supérfluo. Eles querem nos atrair com propaganda, promoções e promessa que muitas vezes acabam por nos enganar. Apelam para emoções levando as pessoas a adquirirem o que é supérfluo e não o essencial como era o caso da quitanda.
Desta forma estão evoluindo muita igreja, instituições, pois antes elas eram como as quitandas que ofereciam o básico, salvação em nome do Senhor Jesus, apresentavam no como salvador que cura e voltará. Você tinha contato direto com o pastor responsável que se preocupava com sua vida e família, era um lugar de aconchego e muito familiar. Mas agora estamos vivendo a era das igrejas hipermercados, com seus megatemplos, onde se utilizam da mídia para realizarem seu jogo de marketing e “igrejismo”, isto é, vem para minha igreja pois aqui você recebe a benção, como se a benção estivesse relacionada a denominação deste e não a Cristo. Nesta igreja hipermercado você dificilmente terá contato com o pastor responsável, pois ele não cuida de ovelhas, ele é um empresário do reino dos céus, com objetivos e metas a serem alcançadas, como se dependesse dele, e não do Espírito Santo o crescimento da igreja. Ele não esta preocupado com sua família, mas sim em vender seu produto, isto é a benção que você tanto precisa. Seus produtos são os mais variados, tais como; o óleo santo, um pouco de terra de Israel, a vassoura ungida, a rosa ungida, um anjo novo, um descarrego e outros blá, blá, blás, blé, blé, blés e bli, bli, blis que me causam náuseas.
Porém sabemos que a igreja cristã deve ser como a velha e boa quitanda, ou seja, pessoal. Deve haver o contato, a comunhão, pois os cristãos primitivos se chamavam de irmãos e se consideravam uma grande família, tinham refeições comuns e cuidavam uns dos outros (At 2.44-47). Mas nas igrejas hipermercados você já deve ter tido a experiência passar pelas pessoas e nem ao menos ser cumprimentado, como se fosse estranho. O cristianismo é pessoal, somos filhos de Deus, e herdeiros com Cristo. Somos ovelhas e precisamos de cuidado pastoral e não de uma vassoura ungida ou óleo ungido. A igreja primitiva se reunia nas casas como sinal de comunhão (Rm 16.5). É humanamente impossível um pastor cuidar sozinho de uma igreja com mais de quinhentos membros e dar atenção devida. Então podemos concluir que aqueles que querem centralizar tudo em seus megatemplos não querem cuidar de ovelhas, mas comer da sua lã. Pois quanto maior o comércio ou o hipermercado maior a renda. O cristianismo é de contato de simplicidade e de renuncia. Nosso padrão não deve ser o que o mundo estabelece, porém o que Cristo estabeleceu. Pois se o padrão do mundo fosse o ideal não teríamos ninguém com depressão e opressão como vemos em nossa sociedade. Nunca se esqueça somos o sal e luz (Mt 5.13-16), por isso devemos ser diferentes, caso contrário perderemos a razão de existir.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Institucionalização da Salvação.

A Institucionalização da Salvação.
I- O que é a institucionalização da salvação?
É achar que a salvação esta restrita a instituição e não a Cristo. Vista no famoso chavão usado por muitos “igrejistas”; aqueles que aceitam a igreja (instituição) e não a Cristo; “só é salvo quem faz parte da minha igreja(instituição).

II- Onde começou a institucionalização da salvação?
Este sentimento não é novo, mas tão antigo quanto a Igreja Católica Romana que foi inaugurada em 312 d.C com Constantino, imperador romano que se declarou cristão. A partir deste fato a igreja cristã que se situava em Roma começa a ter destaque em relação às demais igrejas de outras regiões, tais como a Igreja que havia em Jerusalém, Antioquia, Éfeso, e a futura igreja de Constantinopla, antiga Bizâncio, e atual Stambul na Turquia. A Igreja Romana passou a desenvolver um complexo sistema chamado de sacramentos, que foi e é classificado por eles como meio para se alcançar a salvação. Ou seja, não precisavam mais de Jesus, pois possuíam os sacramentos, e em sua concepção somente a Igreja Romana era legitima herdeira destes sacramentos que era o meio de salvação, sendo deduziam que fora da Igreja Romana não poderia haver salvação, pois ninguém mais poderia realizar estes sacramentos a não se esta instituição. Sendo assim, a salvação deixou de ser um mérito de Cristo que é conferida a nós cristão, para ser um mérito de uma instituição que tem poder de mediar a ida de alguém até o céu.
III- Definição do termo Igreja.
1- A palavra igreja é usada em uma variedade de circunstância. Usamos a palavra Igreja para se referir;
a- Ao templo, quando o vemos e falamos ali é minha igreja.
b- A instituição ao darmos a ela um nome e cnpj; tal como: Igreja Assembléia de Deus, Igreja do Nazareno, Igreja do Evangelho Quadrangular e outras denominações.
c- Igreja como denominação.
2- Mas o que realmente quer dizer a palavra Igreja?
A palavra Igreja vem do termo grego; ekklhsia, “ekklesia” que quer dizer chamados para fora, por isso é totalmente incoerente ou um paradoxo uma Igreja mundana, pois a essência do termo é separação, ou seja, chamados para fora. Este chamado se dava através de um arauto, que em nome de um superior convocava a congregação, ou o povo para que saíssem para fora de suas atividades cotidianas para se congregarem para uma reunião. Porém não havia uma instituição, e nem um templo, mas uma reunião de pessoas. Este é o sentido nato da palavra Igreja, uma reunião de pessoas, seja dois, três, ou um milhão. Como nosso Senhor Jesus disse: onde estive dois ou três reunidos (formando uma Igreja) em meu nome eu estou em vosso meio (Mt 18.20).
3- Quais os tipos de igreja relatados na Bíblia.
a- Igreja local: esta era uma casa onde os cristãos se reuniam, não possuía nome ou denominação, nem CNPJ, que a tornasse uma instituição. Era a igreja que estava na casa dos irmãos como vemos em Romanos 16.5. Esta Igreja local é composta por pessoas salvas, não salvas, joio, trigo, anjos eleitos, demônios. Talvez você se espante dizendo; demônio na igreja? Sim, ou você nunca viu ninguém endemoninhado na igreja onde você congrega que é uma igreja local.
b- Igreja Universal: Esta é a noiva do cordeiro, é a igreja espiritual, compostas por cristãos tirados dentre as igrejas locais e instituições. Todos que fazem parte desta são salvos, diferentemente da instituição que contem salvos, a Igreja Universal(não estou me referindo a instituição Igreja Universal do Reino de Deus) só contem salvos. Ela é composta por salvos de todos os tempos e anjos eleitos. Ou seja, aqueles que não seguiram a rebelião de Satanás (Hb 12.22,23).

IV- Qual o perigo da institucionalização da Salvação.
1- Restringe a salvação à instituição, desfazendo assim de Cristo e seus méritos.
2- Frustra as pessoas, pois todas as instituições, impreterivelmente, possuem seus defeitos e falhas, pois tem no seu seio o chamado joio. E ao dizermos que só são salvos aqueles que pertencem a nossa denominação, as pessoas ao verem os defeitos e imperfeições internas desta, se sentirão frustradas, pois criaram um padrão de perfeição para a instituição que nunca existiu.
3- Desprezarmos as outras instituições, isto é sectarismo e facção.
4- Limitamos a salvação realizada por Cristo a nossa instituição. Pois ele só pode e deve salvar se for dentro de nossa santa igreja fulana de tal.
5- Limitamos a salvação de Cristo a um período de tempo, pois ao contrário das Igrejas Tradicionais, as Igreja Pentecostais e Neo pentecostais surgiram a partir do século vinte, e os tradicionais a partir do século dezesseis, e antes disso, quando havia no ocidente somente a Igreja Católica Romana, Cristo não Salvava? Então João Huss que foi morto no fogo da inquisição Católica não foi salvo, pois não havia igreja protestante para que ele viesse a ser membro, e ele foi morto pela Igreja Católica que era a única “instituição” que havia no ocidente, e que acreditavam ser o único meio de salvação.

V- O Ecumenismo uma farsa.
O ecumenismo, que é a união das instituições religiosas, e a maior de todas as farsas. Pois dizem: precisamos nos unir, pois a noiva do cordeiro não pode estar separada. Quando na realidade a noiva nunca esteve separada, ela é espiritual e não institucional. E o que eles querem unir são as instituições humanas, e não a noiva que é a Igreja Universal e invisível. Eles querem fazer isto para voltar a atribuir um poder extraordinário a um pontífice que manipulara milhões de fiéis. E esta centralização é o maior de todos os venenos.

Conclusão.
Faz-se necessário mais do que nunca sabermos distinguir os diversos sentidos que toma o termo Igreja, para que não venhamos cair no erro do igrejismo, ou seja, achar que a pessoa precisa aceitar a nossa Igreja(instituição) e não a Cristo para ser salvo; e para que venhamos viver melhor e saber que as falhas estão relacionadas as instituições que são compostas de seres humanos, joio e trigo e não à Noiva do Cordeiro que é Santa e imaculada.
Até a próxima e que o Senhor continue lhe abençoando e fazendo crescer na graça e no conhecimento a cada dia! Amem!